O homem que aparece fumando narguilé com adolescentes em um vídeo divulgado nesta semana é professor, informou nesta quinta-feira (27) a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A gravação foi feita no fim do ano passado em uma sala de aula do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), em Limeira, a 151 km de São Paulo. O nome do docente não será divulgado, segundo a instituição.
As imagens mostram um grupo composto por menores e o professor em uma roda, dividindo cigarros e o narguilé (espécie de cachimbo d?água que funciona com fumos especiais com sabores diferentes). A venda deste objeto é proibida para adolescentes em São Paulo desde 2009.
A mãe de um rapaz de 15 anos que aparece nas imagens denunciou a prática. Segundo ela, todos os que aparecem no vídeo são menores. A mulher, que não quis que seu nome fosse divulgado, descobriu as imagens no computador de casa. "Foram os alunos que combinaram com o professor. Agora eu não sei de quem partiu isso, e quem que autorizou?, afirmou. A escola fica dentro de um campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os alunos estudam em período integral e têm aulas do ensino médio e técnico.
Para o promotor de Justiça Nelson Peixoto, houve duas infrações no caso ? contra a lei antifumo e contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Isso, evidentemente, não é o que se espera de uma instituição de ensino. Sobretudo quando os pais desconhecem e quando há uma proibição estadual até por lei, legal, da lei antifumo, de consumo desse tipo de substância no interior de instituição cultural de ensino.?
"A gente não acredita, não espera que isso vá acontecer com o seu filho. A gente procura dar uma boa educação, acha que está cheio de drogas nas ruas, mas você imagina que dentro da escola seu filho vai estar protegido. E não foi o que aconteceu", disse a mãe que fez a denúncia.
A diretoria da escola já foi chamada pelo Ministério Público para dar explicações. Uma sindicância foi instaurada para investigar o fato e aplicar as medidas disciplinares previstas nos estatutos da instituição. A assessoria da Unicamp disse que o professor só será afastado do cargo, se for o caso, após o fim das investigações, que não têm prazo para ser concluídas.