Talvez a famosa mensagem “Você pode ser o que quiser” seja a que melhor representa a comunidade Furry, composta por entusiastas de artes e histórias de animais com características humanas que se envolvem em uma série de atividades relacionadas a esse interesse compartilhado. Na manhã desta segunda-feira (25), o programa Revista MN, apresentado pela jornalista Raquel Dias, recebeu dois personagens da subcultura Furry para falar sobre a curiosa novidade que tem ganhado adeptos em Teresina.
A tatuadora Wilzianne Correia de Oliveira envolve a família na paixão pela cultura geek. Ela conheceu o movimento Furry em um evento de anime em Teresina e decidiu entender o significado por trás das fantasias de animais antropomorfizados, bem parecidos com bichinhos de pelúcia gigantes.
“Eu conheci a arte através de uma menina que eu vi em um evento e achei lindo. Tirei uma foto e fiquei imaginando como eu iria fazer esse trabalho com minhas próprias mãos. Estudei sobre o movimento na internet e decidi confeccionar as fantasias”, relatou.
Ela e o filho de 18 anos, Wilson Cawê Correia, representaram o Furry fandom com os carismáticos personagens May May e Crash Bandicoot, que invadiram o estúdio do Revista MN para compartilhar alegria com o público de casa. "Eu gosto muito de participar, acho divertido reunir a família em uma atividade diferente e que chama atenção das pessoas", relatou.
O termo Furry descreve uma comunidade diversificada de fãs, artistas, escritores e jogadores do universo digital. A maioria dos furries cria para si um personagem animal antropomorfizado (fursona) com o qual se identifica e pode funcionar como um avatar dentro da comunidade. Alguns furries usam fantasias elaboradas, como orelhas e caudas de animais, como é o caso de Wilzianne.
As raízes do furry fandom indicam que o movimento moderno nasceu na década de 1980, mas a ideia de animais com características humanas é bem mais antiga, com muitas religiões e tradições mitológicas, incluindo contos de animais que se comportavam ou interagiam como humanos.
O movimento, indica Wilziane Correia, já chama atenção na capital piauiense. “Ser furry é uma atividade promissora, é uma novidade aqui em Teresina e as crianças gostam muito. É um movimento que embora ainda seja pequeno em Teresina, é grande em outras cidades. Estamos divulgando nosso trabalho e recebendo convites para animar festas infantis e eventos”, falou.
Alguns furries participam de convenções anuais que são projetadas para celebrar o fandom furry. Os participantes podem comprar ou trocar histórias em quadrinhos, filmes, histórias, livros e obras de arte com outros membros de sua comunidade, bem como participar de atividades interativas.