Entretenimento

Felipe Camargo fala sobre carreira, família e drogas

Desconfie de água estagnada e Aquele que deseja e não age engendra a peste

Felipe Camargo é o próximo entrevistado do Marília Gabriela Entrevista deste domingo (23), às 22h. Aos 48 anos, o ator fala dos trabalhos atuais, da carreira, diz como venceu o vício das drogas, e comenta a relação com o filho Gabriel, de 16 anos.

Gabi destaca, de imediato, a boa fase profissional de Felipe. ?Você está com cara de quem está fazendo sucesso?, elogia. O ator protagonizou, recentemente, a minissérie da TV Globo ?Som e Fúria?, encarnando o diretor teatral Dante. Ele estava de malas prontas para os Estados Unidos e quase não acreditou quando recebeu a proposta do diretor Fernando Meirelles: ?Fiquei com medo de ser trote?.

Com experiência na TV, no teatro e no cinema, Felipe Camargo diz ainda se sentir inseguro. ?Na primeira reunião de elenco, me deu medo. A insegurança é uma força motriz. Tenho medo quando vejo que estou muito seguro de alguma coisa?, explica. E diz que, depois de tantos anos, encara o sucesso de uma forma diferente, em comparação com o início da carreira: ?Está muito mais ligado à felicidade. Do dia para a noite fiquei conhecido no Brasil inteiro. Era muito novo, não estava acostumado?.

Felipe deu os primeiros passos no teatro ainda na empresa em que trabalhava, quando cursava economia. Foi então que se apaixonou pelo palco, e decidiu viver da arte. Hoje acumula a experiência de diretor, com um currículo de três espetáculos. A direção lhe deu outra perspectiva do fazer teatral: ?Depois que você estreia, ninguém quer saber de você. Aquele negócio está entregue?.

Gabi, então, pergunta como as drogas se encaixaram na vida de Felipe, e como ele fez para se libertar do vício. ?Acredito em Deus, mas não sigo religião alguma. Tenho a convicção que a gente não vem do vazio. Não quero esta história para mim neste planeta. Quero mudar isso?, responde o ator. O filho e o trabalho foram estímulos para que o ator mudasse sua vida: ?Tinha meu filho que eu queria criar e não conseguia. Ser um exemplo, uma referência. Tinha minha profissão que eu adoro, mas abandonei porque não estava conseguindo exercer?.

O entrevistado ainda frequenta os narcóticos e os alcoólicos anônimos. Ele diz que, nas sessões, conta suas histórias para os colegas e que o vício é uma realidade já distante: ?Graças a Deus não tenho vontade, há bastante tempo?. Gabi pergunta se Felipe já orienta o filho nestes assuntos. ?Não quero botar um caminhão que é meu nas costas dele. Nos anos 70 eu era adolescente e todo mundo se drogava?, diz, explicando que vivia em um contexto diferente.

Perto de atuar na próxima novela das sete da TV Globo, com nome provisório de ?Bom Dia, Frankenstein?, ao lado de Antonio Fagundes e Viviane Pasmanter, Felipe diz que perdoou a ?geladeira?. ?Fiquei com uma certa mágoa, porque esqueciam do que eu era capaz de fazer. Tudo que eu fazia, nada tinha importância. Mas isso me deu estofo porque eu deixei de ser queridinho?, revela. O ator conta ainda que o teatro foi fundamental para que permanecesse na profissão, e que foi uma grande escola. ?Você fica afastado do grande público, mas fica mais próximo de você mesmo?, sintetiza.

Na vida pessoal, Felipe diz ter uma relação de amizade com o filho. Procura mostrar interesse pelos gostos dele e trocar ideias musicais. ?Lucramos os dois?, afirma. Namorando há mais de três anos com uma fisioterapeuta, ele brinca: ?Ela deu um jeito na minha coluna e no meu coração?.

Faltando pouco para completar 50 anos, Felipe diz que tem o cinema e a praia como lazeres. Brincando, reclama das dores de coluna e diz que responde à maturidade com irreverência. Recebe, ainda, um elogio de Marília Gabriela: ?Você está um gato, rock?n?roll?.

Frase do final do programa: ?Desconfie de água estagnada? e ?Aquele que deseja e não age engendra a peste?