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Whindersson Nunes compra jatinho e recusa trabalhos em TV

‘Ganho com um vídeo o que pagariam num mês na TV’, disse.

Quando tiver um filho, Whindersson Nunes já sabe que ele terá um nome de fácil escrita. “Algo como Ricardo ou Paulo”, planeja ele, que jamais procurou saber de dona Valdenice e seu Hidelbrando, os pais, de onde tiraram tamanha criatividade para registrá-lo. Whindersson é hoje o youtuber mais acessado do país, com 25 milhões de inscritos em seu canal, e o segundo maior influenciador digital do mundo. 

Há dois meses, o piauiense comprou o primeiro jatinho. Mas diz que tem certo pudor em afirmar que está rico. “O que é ser rico? O jatinho eu comprei para facilitar a minha vida e a da minha equipe. Tanto que só quis que tivesse oito lugares. E ofereceram vários modelos, de diferentes tamanhos e luxos. Mas eu precisava que coubesse todo mundo para agilizar nossos shows”, explica ele.

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A veia artística começou a dar pinta aos 8 anos. Surgiu quando acompanhava o pai no interior do Piauí para vender remédios que não chegavam à população mais distante. “Dava meio dia, a gente estava em alguma casa, eu começava a falar pro meu pai que estava com fome. A dona sempre ficava com pena e arrumava dois pratos pra gente. Muitas vezes eu nem estava com fome”, recorda.

Foi observando o pai trabalhar como fotógrafo lambe-lambe, dublê de contador e vendedor de tudo o que podia que aprendeu a dar valor a cada centavo que ganha. Antes disso, Hidelbrando estava envolvido na política. “Quando a oposição ganhou, fomos praticamente expulsos da cidade. Meu pai vendeu tudo e recomeçou do zero em outra cidade”, conta.

O episódio marcaria Whinderson para sempre. “As pessoas me pedem para fazer vídeos analisando a política no Brasil. Tenho tanta raiva de política que não falo sobre isso de jeito nenhum”, dispara. Nem de religião: “Fui evangélico até os 18 anos, por escolha minha. Me sentia bem. Não acho bacana fazer piada com a fé de ninguém”.

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O Whindersson que aparece nos vídeos, na maioria das vezes sem camisa, numa versão tosca de si mesmo, é tímido. Aos 15 anos começou a gravar para a web a contragosto da família: “Meu pai me chamou de vagabundo várias vezes, jogava a câmera no chão, dizia que eu tinha que trabalhar”.

Em 2013, ele foi morar em Teresina. Para complementar o cachê de R$ 100 mensais, trabalhou como garçom, o que dava a ele R$ 50 em noite de bom faturamento. Os vídeos na internet continuavam e ele passou a bombar. “As pessoas me olhavam na rua e eu não sabia se me reconheciam ou se queriam me assaltar”, brinca ele.

Um belo dia ele viu que havia R$ 600 para receber do Google. “Nem imaginei que se ganhava dinheiro com o que eu fazia. Eu era um aspirante a técnico de informática. Quando vi que podia rentabilizar o que eu amava fazer, pensei: ‘agora vou fazer isso ficar sério’”, diz.

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No mês seguinte caiu na conta R$ 2 mil. “Peguei o dinheiro e comprei uma TV de 50 polegadas e dei para o meu pai. Provei que aquilo era para valer. A TV está lá em casa até hoje”, revela. Hoje, são muitos milhares que caem em sua conta. Cifras que o fizeram esnobar alguns convites para ter seu próprio programa na televisão: “A TV só paga bem quem é renomado. Ganho com um vídeo o que pagariam num mês’

Estar no cinema, porém, é seu foco imediato. Esta semana estreia “Os parças”, primeiro longa do qual é protagonista. “Espero que todo mundo goste e vire uma franquia”, vislumbra Whindersson, que muitas vezes duvida do talento como humorista: “Queria ter nascido na época do Chico Anysio para saber se sou isso mesmo. Não me acho um fenômeno como dizem por aí”.

Outro plano do youtuber é se casar. Com a também youtuber e cantora Luisa Sonza. Ele e a ruiva já moram juntos e são o casal sensação da internet. “Quero tudo tradicional. Igreja, padre, véu... Mas seria engraçado os dois entrando de vestido, né?”. 

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