Famosos

Vilã só na novela: Beatriz Segall surpreendeu ao incluir motorista na sua herança

Após sua morte, foi revelado que ela deixou parte de sua herança para o motorista e dois amigos próximos

Beatriz Segall faleceu em setembro de 2018, aos 92 anos, enquanto a novela Vale Tudo era reprisada no Canal Viva. Embora tenha interpretado outras vilãs na TV Globo, sua atuação como Odete Roitman se tornou a mais icônica, consolidando a personagem como uma das maiores antagonistas das novelas brasileiras.

Discreta sobre sua vida pessoal, a atriz manteve sua privacidade preservada ao longo da carreira. Após sua morte, foi revelado que ela deixou parte de sua herança para o motorista e dois amigos próximos, além dos três filhos que teve com o museólogo e poeta Maurício Segall (1926-2017), filho do renomado artista Lasar Segall.

Vida pessoal e posicionamento político

Durante a ditadura militar, Maurício Segall foi preso, torturado e condenado, deixando Beatriz sozinha com os filhos pequenos. Nessa época, a atriz enfrentou dificuldades e chegou a ser vigiada pelo regime. O contexto político a aproximou dos grupos que combatiam o governo militar, tornando-se uma aliada do Partido dos Trabalhadores (PT) e de Luiz Inácio Lula da Silva. Mais tarde, rompeu com a legenda e passou a apoiar políticos da social-democracia, como Fernando Henrique Cardoso e José Serra.

Na década de 1990, em entrevista ao programa Gente de Expressão, de Bruna Lombardi, Beatriz criticou aqueles que demonstravam simpatia pelo regime militar: “Fico horrorizada quando vejo até carta no jornal com pessoas dizendo que é preciso um regime forte, um regime militar. As pessoas não têm memória?”, declarou. A atriz também lembrou as restrições da época: “Não se podia abrir a boca, você corria perigo de vida. Muita gente morreu neste país. Todo mundo vivia amedrontado.”

A nova Odete Roitman

Nesta segunda-feira (31), Vale Tudo ganha uma nova versão, com Debora Bloch assumindo o papel de Odete Roitman. Em entrevistas, a atriz mencionou seu posicionamento político, afirmando que sempre votou no PT e em Lula, além de criticar o governo de Jair Bolsonaro.

Curiosamente, as intérpretes da personagem, que personificava um pensamento conservador e elitista na trama, tiveram em suas vidas posturas contrárias a esse tipo de ideologia.

Legado cultural

Além da carreira de Beatriz Segall, a história de seu marido também foi marcada pelo ativismo. Em 2001, Maurício Segall lançou o livro Controvérsias e Dissonâncias, publicado pela Boitempo Editorial, no qual aborda temas como capitalismo, cultura e racismo. A obra traz, inclusive, cartas que ele escreveu enquanto esteve preso durante a ditadura.

Veja mais