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Marido de Perlla, Patrick Abrahão é preso com esquema de pirâmide monetária

Ele é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato

A Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM) deflagrou, nesta quarta-feira (19), operação La Casa de Papel, para desarticulou cinco líderes de organização criminosa, entre eles o músico e empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla. 

De acordo com PF, as investigações iniciaram no ano passado, com a prisão de dois envolvidos, quando seguiam para o Paraguai, com escolta armada. Os policiais encontraram com eles esmeraldas no valor de US$ 100 mil, escondidas e sem origem, e com nota fiscal cancelada. Diante disso, foi descoberto um esquema de pirâmide financeira que obteve recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países.

Marido de Perlla, Patrick Abrahão é preso com esquema de pirâmide monetária (Foto: Reprdução)ESQUEMA

A organização criminosa usava as redes sociais, marketing, e reuniões, centenas de “team leaders” arregimentados, além de ter estrutura e apoio de entidade religiosa, buscando captar recursos e gerir uma empresa que oferecia pacotes de investimentos entre US$ 15 mil e US$ 100 mil, com promessa de ganhos diários altíssimos.

De acordo com a investigação, eles diziam que estavam legalizados na Estônia, e que seriam sócios de duas instituições financeiras. Os envolvidos não tinham autorização para captação e gestão de recursos no Brasil, na Estônia ou em qualquer país.

A organização prometia lucros de 20% ao mês e 300% ao ano, por transações no mercado de criptoativos por supostos traders à serviço da empresa, e que utilizavam para multiplicar o capital investido num mecanismo que chamavam “binário”, propiciando ganhos percentuais sobre os valores investidos por novas pessoas atraídas pelo esquema.

Dinheiro apreendido na casa de um dos investigados (Foto: Polícia Federal)A ilegalidade foi englobando supostos investimentos decorrentes de lucros vindos de minas de diamantes e esmeraldas que a empresa teria no Brasil e no exterior, em mercados de vinhos, de viagens, em usina de energia solar e de reciclagem. Em 2021, duas criptomoedas, sem lastro financeiro.

Foi identificada a manipulação de mercado para valorizar uma das moedas em 5.500% em apenas 15 horas, com o pico de até 38.000%. A organização ostentava nas redes sociais com milhões de seguidores, mostrando o sucessos pessoal e de investimentos.

A PF aponta que o grupo criminoso movimentava o dinheiro utilizando contas bancárias de envolvidos, empresas fantasmas, de parentes, e de terceiros, e auxílio de uma entidade religiosa que teria movimentado R$ 15 milhões, que também captava investidores, para esconder e lavagem de dinheiro dos recursos obtidos.

BUSCA E APREENSÃO

A PF também cumpre 41 mandados de busca e apreensão, e mais o bloqueio de US$ 20 milhões e o sequestro de dinheiro em contas bancárias, imóveis, carros, ouro, joias, mina de esmeralda, lanchas e criptoativos em posse de pessoas físicas e jurídicas investigadas, por determinação da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

Joias apreendidas na Operação La Casa de Papel (Foto: Polícia Federal)PRISÃO

Um dos líderes da organização foi preso em Cuba, fazendo com que o grupo parasse os pagamentos dos valores naquele país, alegando na redes sociais, que o governo de Cuba teria impedido a empresa de ajudar o país.

Após essa situação, a organização impôs dificuldades para realizar pagamentos aos investidores lesados, como forma de garantir seus lucros, e dar prazos maiores para o resgate, o que impedia saques dos valores aportados pelos investidores.

Alguns meses depois, o grupo comunicou a conclusão da auditoria e anunciaram uma reestruturação da empresa, mantendo o esquema e migração para uma nova rede, para que os investidores realizassem novos aportes e continuação do negócio.

Mas o CEO da empresa ameaçava os investidores, dizendo que se procurasse ou fizesse boletim de ocorrências seria identificado, processado e não receberia o valor investido de volta.

Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro por operar sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, usurpação de bem mineral da União Federal, execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a autorização, permissão, concessão ou licença, falsidade ideológica e estelionato por meio de fraude eletrônica, com penas que podem chegar a 41 anos de prisão, sem prejuízo do perdimento dos bens e de multas ambientais e tributárias a serem apuradas.

A operação tem esse nome em razão de alguns dos investigados serem detentores da nacionalidade espanhola e por terem um plano para montar uma bilionária pirâmide financeira, com o seu próprio banco e a sua própria “casa da moeda”, fabricando dinheiro através de criptoativos próprios sem qualquer lastro financeiro e se apropriando de dezenas de milhões de dólares em seu benefício, impondo prejuízo em mais de 1,3 milhão de pessoas em mais de 80 países.