Em mais um episódio de 'Pra Sempre Paquitas', do Globoplay, Stephanie Lourenço, uma das paquitas da geração 2000, fez uma revelação bombástica. A ex-assistente de palco de Xuxa Meneghel contou ter sofrido homofobia nos bastidores do programa onde trabalhou dos 11 aos 14 anos. Ela esteve com a ‘Rainha dos Baixinhos’ de 1999 a 2002.
NÃO SE ENCAIXAVA
Stephanie, de 36 anos, assumiu publicamente ser bissexual apenas 20 anos depois de ter deixado o programa, mas contou que já não se identificava com as exigências de Marlene Mattos naquela época. "Chegou uma fase da minha vida ali, que eu já não me identificava com aquela feminilidade, com aquelas danças. Eu comecei a perceber que gostava de meninas e também comecei a perceber que não me sentia tão à vontade naquele lugar, apesar de eu amar aquele lugar. E eu, já me descobrindo como parte da comunidade LGBT, não era o que se esperava de uma paquita. Eu sofri um tanto de homofobia ali naquela fase, que foi difícil, mas eu era muito corajosa", disse ela.
SOFREU DISCRIMINAÇÃO
A ex-paquita contou que foi chamada de ‘sapatão’ por uma "pessoa que foi abusiva moralmente com ela durante todo o seu percurso". "Para as pessoas com quem eu podia falar, eu falava (que gostava de meninas). Eu gostava de falar. As meninas achavam curioso. Eu contava algumas fofocas para elas, e elas ficavam curiosas e me apoiavam. A pressão era dos adultos ao redor", começou.
"Alguém me chamou de sapatão ali no ambiente do camarim. E tinha um produtor que disse: 'você nunca mais repita isso aqui'. E era uma pessoa que foi abusiva moralmente comigo durante todo o meu percurso, que me chamava atenção e falava: 'você tem que se vestir igual às meninas'. 'Você está muito desleixada'. Eram coisas que chegavam até mim, tipo: 'Ah, as meninas precisam tomar cuidado com a Stephanie, porque ela gosta de meninas'. E aí, o medo de ser julgada, de perder minhas amigas...", finalizou.
SE ESCONDEU
Por fim, ela desabafou sobre assumir sua sexualidade. "Eu estava pronta para falar que eu não era, ali naquele momento, mas, por algum motivo, eu não falei, e acabei ficando 20 anos dentro do armário, depois de tudo isso. E eu vi que me reprimi de uma forma muito violenta por muitos anos. Era uma metade de mim que eu esqueci. Só que, quando a reencontrei, veio muito forte. Me senti uma potência muito grande e tenho muito orgulho de dizer hoje que sou uma mulher bissexual. Eu sinto que agora eu sou eu", desabafou.