Famosos


Atualizado em

Assim como personagem, Leticia Spiller toma banho nua em seu sítio

A artista mais uma vez surpreende em ação aos 45 anos.

O que é ser eternamente jovem para você? Para Marilda, a primeira-dama de Serro Azul, é prazer em níveis estratosféricos. Já Leticia Spiller, sua intérprete na novela da rede Globo, que parece bebericar de alguma fonte milagrosa também na vida real, acredita que essa questão rompe as fronteiras da aparência. É corpo, mente, criação.

Em 30 anos de carreira — 45 de idade a plenos pulmões e rara beleza —, a artista mais uma vez surpreende em ação. Destaque em “O sétimo guardião”, ela poderia facilmente descambar para a caricatura da loura fútil, atrapalhada. Só que não. Marilda é, sim, carregada na tinta, mas única, divertida, sem mais do mesmo. A nudez durante os banhos nas águas claras da trama das nove e suas tiradas hilárias têm elevado a audiência.


\"
(Crédito: Vinícius Mochizuki)


— Muita gente vem me falar que está adorando, graças a Deus. Aguinaldo (Silva, autor) sempre me dá personagens deliciosas, mas que estão na corda bamba porque são quase caricatas. A história também leva para o lado mais absurdo. Então, cabe esse tom a mais que estamos dando a ela. E a proposta é essa, diversão acima de tudo — observa Leticia, que decidiu por conta própria fazer um sotaque para o papel, diferente de todos os outros moradores de Serro Azul: — Tive essa ideia porque ela vinha assim na minha cabeça na hora que eu lia o texto.

Sem dublê de corpo, Leticia conta que tentou usar tapa-sexo e lib (adesivo usado para cobrir os mamilos) nas cenas do banho, mas nada se fixou no corpo durante os mergulhos. Então, o que o público vê é uma sutil nudez. Acostumada a expor as curvas a serviço do trabalho, ela admite que fácil não é. A prova de fogo foi no teatro, na peça “Doroteia” (2016), na qual tinha uma cena em que ficava despida na frente da plateia:

— No teatro, é mais complicado porque é ao vivo, apesar da luz linda que me protegia. Na TV, a equipe teve a intenção de não apresentar cenas vulgares. Pelo horário, nem poderia ser muito evidente. Só não foi tranquilo ficar nua na frente de pessoas que não conheço bem.

\"
(Crédito: Vinícius Mochizuki)


Na era digital, em que não há como controlar o voyeurismo de quem está ao redor — já que com um celular qualquer um é um paparazzo —, não resta outra alternativa a não ser confiar e vigiar.

— Não estou tão calma com essa coisa (de ficar pelada em set de gravação). Então eu fico de olho. Não é porque sou atriz que vou ficar nua numa boa. Estou atenta. Os diretores e a equipe também estão — ressalta Leticia, que diz ter total domínio sobre impulsos de desejo que eventualmente, em se tratando de dois seres humanos em contato íntimo, podem rolar, apesar do profissionalismo: — Outro dia, Tony Ramos estava me contando que Paul Newman (ator e diretor americano) falou uma coisa muito engraçada em relação aos artistas, com a qual ele, Tony, concorda. Eu também. É o seguinte: vou ali e (dá um gemido) “hum, ai, hum”, e pronto (risos). É isso. Não tem intimidade. É trabalho, na frente de um monte de gente. Dá para fazer parecer verdadeiro sem precisar trocar (sentimentos). Eu me envolvo, choro, me entrego, mas depois vou para minha casa feliz da vida. Tanto que o único ator que namorei foi Marcello (Novaes, pai de Pedro, de 21 anos).

\"
(Crédito: Vinícius Mochizuki)


Por falar no ex-marido que conheceu em 1994, quando interpretaram o casal espevitado Babalu e Raí em “Quatro por quatro”, Leticia destaca a ótima relação que os dois mantêm dentro e fora dos estúdios. Agora, na história dirigida por Rogério Gomes (o Papinha), ela é a mulher do prefeito, e ele, o vilão Sampaio.

— Somos superamigos, tenho muito carinho pelo Marcello. A gente sempre conta um com o outro e ainda se diverte junto — diz a artista, que ainda tem o filho deles, Pedro, com sua Banda Fuze, na trilha sonora da novela com a música “Corrente”: — Papinha convidou os meninos. Ele já conhece o trabalho e gosta muito. Produzi o clipe dessa música. Estamos trabalhando juntos, de forma diferente, e muito felizes com esse encontro!

Já Stella, de 7 anos, filha de Leticia com o diretor de fotografia Lucas Loureiro, mesmo sendo prioridade, divide mais a atenção da mãe com a carreira do que Pedro dividiu:

— Estou trabalhando mais agora, mas desenvolvi uma capacidade de fazer tudo ao mesmo tempo agora. Fico assoberbada, mas dá certo. Cada filho é um filho, né? Continuo sendo mãezona. Antes, eu não tinha medos que agora tenho, como saltar de asa-delta, por exemplo. Eu me preservo mais. Ser mãe é dar prioridade ao ser humano que estamos criando. A gente começa a pensar mais no coletivo. Eu abro mão de muita coisa para ficar com a minha filha. Às vezes, tem um evento importante, e eu deixo de ir porque preciso estar com ela, educá-la.

É com o namorado Pablo Vares, músico uruguaio de 29 anos, que a atriz dá asas a sua porção cantora e dançarina no grupo Infusión e no Coletivo El Camino, em palcos e ruas. Em Portugal, o casal foi flagrado fazendo uma apresentação em praça pública.

\"
(Crédito: Vinícius Mochizuki)


Para Leticia, beleza é isso. Está diretamente ligada ao prazer de fazer o que gosta. Não à toa, em sete anos foram sete novelas, mais os trabalhos paralelos. Soma-se, é claro, a essa bem-sucedida carreira os cuidados com o corpo:

— Tenho uma dermatologista maravilhosa, que cuida de mim e é muito contra cirurgia plástica. Eu também estou atenta a isso, sabe? Acho bonito a gente envelhecer com dignidade, com rugas. Acho desnecessário apagar todas, porque elas estão aí para contar histórias mesmo, vide dona Fernanda Montenegro, que é linda. É possível a gente se alimentar internamente antes de tudo — decreta uma artista inquieta: — O que mais me importa é fazer bem o meu trabalho, é poder me aperfeiçoar naquilo que eu gosto, me arriscar em outras áreas. O teatro alimenta a minha alma! É onde eu posso ter mais autonomia para dizer o que quero através da arte. E por aí vou seguindo, porque é natural envelhecer. Só quero ter energia, poder dançar. Eu me preocupo mais com isso do que com outras coisas. Quero chegar à velhice saudável

Cirurgias 

A única cirurgia plástica que ela revela ter feito foi ter colocado silicone nos seios, aos 40 anos. Botox, usa como prevenção:

— Nunca fiz lifting nem esses procedimentos que esticam. Não sou a favor daquela coisa horrorosa que paralisa o rosto. Faço botox só para abrir o olhar, dar uma refrescada. Aí eu acho válido.


\"
(Crédito: Vinícius Mochizuki)