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Estudo sugere que mulheres “farejam” a concorrência

Estudo sugere que mulheres “farejam” a concorrência

O mero odor de uma mulher que está prestes a ovular é suficiente para aumentar o nível de testosterona de outra mulher, estimulando o desejo de competir. Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida e publicado na revista Evolution and Human Behavior.

?A ligação entre a testosterona, agressividade e competitividade é bem conhecida?, afirma o autor do estudo, o psicólogo Jon Maner. ?Com base em nossos resultados, podemos especular que as mulheres expostas ao odor da ovulação podem se tornar mais agressivas ou competitivas?.

Maner e o co-autor James McNulty mediram o nível de testosterona de mulheres antes e depois de cheirarem camisetas usadas ​​por outras participantes do experimento, com idades entre 18 e 21 anos. Elas vestiram as camisetas quando estavam no período de alta fertilidade, nos dias 13, 14 e 15 do ciclo menstrual, e de baixa fertilidade, nos dias 20, 21 e 22.

Ao longo do estudo, as mulheres que vestiram as camisetas não mantiveram relações sexuais; tomaram banho com sabonete e xampu sem perfume; não usaram perfumes ou desodorantes; não fumaram e evitaram a ingestão de alimentos que produzem odor corporal, como alho e aspargos.

As mulheres que cheiraram as camisetas sabiam apenas que o estudo analisava ?o quanto podemos saber sobre outra pessoa sem conhecê-la?, mas não como e quando as camisetas foram recolhidas.

As participantes expostas ao odor das mulheres no período de alta fertilidade apresentaram um nível mais elevado de testosterona. Já o cheiro de uma mulher fora do período fértil produziu uma redução significativa da testosterona.

Não percebemos conscientemente os odores de outras pessoas, a menos que sejam muito bons ou ruins, mas eles nos afetam de alguma forma.

?Os seres humanos são muito mais influenciados pelos estímulos ovulatórios do que imaginamos?, explica Maner. ?Em geral, as pessoas não têm consciência disso. Há evidências sólidas de que os homens consideram agradável o odor da ovulação (em relação ao cheiro de uma mulher que não está ovulando). No entanto, grande parte dos efeitos comportamentais e hormonais geralmente acontece de forma inconsciente?.

Pesquisas anteriores comprovaram que o nível de testosterona dos homens também é sensível à ovulação feminina. Em um dos estudos anteriores de Maner, homens que interagiram com uma assistente de pesquisa que estava no período fértil se mostraram mais ousados e sedutores.

Essa dinâmica hormonal pode até influenciar o que homens e mulheres vestem, de acordo com o estudo. A equipe de Daniel Farrelly, da Universidade de Sunderland, descobriu que os homens que escolheram vestir vermelho enquanto competiam com outros ?machos? tinham níveis mais elevados de testosterona que os que optaram por usar azul.

?A pesquisa mostra que há algo de especial na cor vermelha durante uma competição sexual, e está associada a nossos sistemas biológicos subjacentes?, explica Farrelly.

Em todos os casos citados, as interações sociais humanas de hoje parecem ter sido induzidas pela forma como evoluímos como primatas.

?Algumas pessoas gostariam de acreditar que não somos animais, ou pelo menos que o nosso comportamento não está ligado aos mesmos processos biológicos de outras espécies. Mas os seres humanos são muito semelhantes a outras espécies, de várias maneiras, e essas similaridades são mais visíveis que nunca quando se trata da sexualidade?.

O que você achou desse estudo? Você concorda?