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Espancamento de "bruxas" choca a Índia

A polícia local disse que as vítimas eram muçulmanas viúvas que foram chamadas de bruxas

Cinco mulheres foram despidas, espancadas e forçadas a comer excrementos humanos por moradores de um vilarejo na Índia após serem acusadas de bruxaria.



A polícia local disse que as vítimas eram muçulmanas viúvas que foram chamadas de bruxas por um clérigo local no Estado de Jharkhand.

Correspondentes da região dizem que o abuso a mulheres acusadas de bruxaria é relativamente comum na Índia, mas a divulgação de um vídeo com o ataque, ocorrido no domingo (19) no distrito de Deoghar, provocou um escândalo em todo o país.

Policiais foram deslocados até o vilarejo de Pattharghatia após serem informados sobre o incidente por um grupo de moradores.

Um grupo de 11 moradores, incluindo seis mulheres, foi indiciado pelo ataque. Quatro pessoas foram presas.

Proteção policial

"No domingo de manhã as vítimas foram levadas a um playground, onde centenas de pessoas haviam se concentrado para assistir ao terrível incidente", afirmou à BBC Murarj Lal Meena, diretor-geral adjunto da polícia.

"Ninguém na multidão foi socorrer as vítimas enquanto elas eram despidas e espancadas", afirmou.

As vítimas estão agora sob proteção policial.

Segundo a polícia, os moradores de Pattharghatia acreditam que certas mulheres no vilarejo são possuídas por um "espírito santo" que pode identificar as pessoas que praticam bruxaria.

"Essas mulheres recentemente identificaram cinco mulheres do vilarejo como bruxas que estariam praticando feitiços que estariam trazendo problemas para a área", disse um policial.

As mulheres foram então retiradas à força de suas casas, arrastadas até o playground e espancadas.

A imagem do incidente foi transmitida por vários canais de TV na Índia, provocando um grande escândalo no país.

Centenas de pessoas, em sua maioria mulheres, já teriam sido mortas no país por terem sido identificadas como bruxas por seus vizinhos.

Especialistas dizem que crenças supersticiosas estão por trás dos ataques, mas que há ocasiões nas quais as pessoas, especialmente as viúvas, são alvos dos ataques para a apropriação de suas terras e de suas propriedades.