A Câmara dos Deputados da Argentina sancionou na madrugada desta quarta-feira um projeto de lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O projeto agora terá que passar pelo Senado para converter-se em lei.
Se o Senado aprovar o projeto, o que pode acontecer nos próximos dias, a Argentina se tornará o primeiro país da América Latina, região onde predomina a religião católica, a estender o direito de casamento aos homossexuais, apesar da oposição da Igreja Católica.
"Estamos igualando direitos de maneira mais genuína", disse o deputado Agustín Rossi, líder do bloco governista na Câmara. "A união civil não é a mesma coisa que o casamento. Ela representa continuar estigmatizando, continuar dizendo (aos homossexuais) que eles são diferentes -- que podem fazer até aqui, enquanto o resto, as outras coisas, são reservadas a nós", acrescentou.
A Cidade do México é o único outro lugar na América Latina onde os homossexuais têm os mesmos direitos que os casais heterossexuais de se casar e adotar filhos. O Uruguai permite que homossexuais adotem filhos, mas não que se casem.
Os líderes católicos na região descreveram o casamento homossexual como "perverso" e imoral.
Apenas um punhado de países no mundo autoriza o casamento de homossexuais, entre eles Holanda, Suécia, Portugal e Canadá. Nos Estados Unidos, os homossexuais podem se casar em cinco Estados e em Washington, mas a maioria dos Estados proíbe o casamento gay.
A capital argentina é conhecida entre turistas por ser um destino "gay friendly", com bares, hotéis e pontos comerciais destinados especialmente a clientes homossexuais.
Nos últimos meses, cinco casais homossexuais se casaram na Argentina. Em cada um dos casos, os casamentos foram autorizados por juízes locais.