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Dançarina do Rebolation diz que banda foi vítima de racismo

Integrante do grupo Parangolé conta que foram chamados de “pretinhos desgraçados”

A dançarina Xênia Bispo, do grupo baiano Parangolé, contou emocionada uma história de racismo recente sofrida pela banda liderada por Léo Santana, durante a conversa do grupo com a imprensa, no começo da madrugada deste sábado, no Axé 2010, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

Xênia revelou que os integrantes do grupo foram vítimas de racismo em um hotel de Araxá (MG).

- Eu estava andando pelo corredor do hotel, quando passei pela governança e escutei uma funcionária do hotel dizer ao telefone que o Parangolé estava hospedado lá e que éramos ?uma turma de pretinhos desgraçados?. Para não perder minha razão, eu fui até o quarto, para me acalmar, e contei para as meninas [as dançarinas Tina Oliveira e Xina Vianna, que também integram a banda].

Xênia revelou que, mais calma, ?para não perder a razão?, resolveu ir conversar com a funcionária. Esta, no relato da baiana, disse que não queria ofender o grupo e que o termo ?pretinhos desgraçados? não era pejorativo em Araxá. Ainda de acordo com o relato de Xênia, a mulher chegou até a pedir autógrafo para uma neta como pedido de desculpas. A dançarina não deu e ainda mandou essa.

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- Já que não é pejorativo, vou escrever: "um beijo para sua neta desgraçadinha".

Depois disso, Xênia deu a conversa por encerrada e o grupo resolveu então fazer uma reclamação formal com os proprietários do hotel, do qual preferiram não revelar o nome, e a funcionária foi demitida. O Parangolé preferiu não envolver a polícia no caso. A dançarina comemorou a demissão da funcionária.

- Ela mesma que se demitiu ao ter tal atitude racista. Tomara que ela reflita sobre o que disse.

Neste momento, dançarina foi aplaudida. Léo Santana, que acompanhou atento ao relato da colega de trabalho, afirmou depois que sua banda tem orgulho de ser negra e cantar letras que defendem a vida e valores da periferia, como Favela.

- Tive uma boa criação e tenho muito orgulho de minha origem. Se alguém fizer um ato racista comigo na minha cara assim, eu nem sei o que posso fazer. É um absurdo tudo isso. As pessoas precisam ter respeito, como eu canto ?Favela ê, favela. Favela, eu sou favela. Favela, ê, favela. Respeite o povo que vem dela?.

O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Axé 2010