A Helena (Taís Araújo) de Viver a Vida, da Globo, vem enfrentando uma certa resistência, não só com relação à personagem da trama (ela é responsabilizada pelo acidente de Luciana), como por parte do público. Personagens como o de Lília Cabral, que vive Tereza, parece ter caído bem mais no gosto dos noveleiros. E para saber a opinião do autor Manoel Carlos sobre essa rejeição, o jornalista Daniel Castro, do portal R7, o entrevistou. O novelista saiu em defesa da Helena e sua intérprete, Taís Araújo, que têm sido alvo de críticas de telespectadores, que a consideram ?superficial, egoísta e chata, entre outros adjetivos negativos?.
Maneco não rejeita na tese de preconceito racial pelo fato de a protagonista ser negra:
?Não acredito. Somos um país de negros, e todos muito talentosos, sempre aplaudidos no teatro, cinema, TV e música?, afirmou ele ao portal.
Para ele, o problema está no preconceito à moda:
?Gosto muito da Taís como Helena. Sei de alguns focos de resistência, mas acho que isso é normal, em se tratando de um personagem que durante dez novelas foi interpretada por atrizes mais maduras, entre 50 e 60 anos, exceção da Maytê [Proença], mas foi há muito tempo, e as Helenas ainda não eram bastante conhecidas. De repente, coloco uma atriz descolada, moderna, jovem. E entendo que haja um ruído. A Helena não é superficial mais do que qualquer modelo. O mundo da moda é visto com preconceito. A própria Helena diz: todos nos consideram bonitas, magras e vazias. O personagem cumpre esse papel?.
O sofrimento de Helena, segundo o autor, poderá fazer o com que o público passe a vê-la diferente, já que ela se sente culpada pelo acidente que deixou Luciana (Alinne Moraes) tetraplégica.
?Talvez, com a virada, essas pessoas percebam que estou no caminho certo?, concluiu Maneco.