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Livro reúne autores consagrados do Piauí

Wellington Soares e Natan Sousa reúnem escritores conhecidos, mas a ideia é reafirmá-los no imaginário dos piauienses

O objetivo é bem simples: tornar os autores piauienses mais conhecidos. Embora uma parte deles seja lembrada, nunca é demais reafirmar suas histórias, produção e importância. Foi a partir deste princípio que os escritores Natan Sousa e Wellington Soares resolveram produzir ‘Autores Piauienses Consagrados’.

Leitura fácil, diagramação primorosa, a cada três páginas, um espaço dedicado a uma personalidade da literatura local, em destaque no romance, jornalismo, teatro, dentre as várias produções piauienses.

As ilustrações dão, assim como o colorido, a leveza da projeto, tornando a leitura simples e bastante agradável. Aliás, essa é a finalidade, trazer o conhecimento de uma forma leve que atraia, principalmente, os jovens, um público que necessita aprender com os autores locais, sempre cobrados em exames para ingressar nas universidades e faculdades.

“São autores conhecidos dentro e fora do Piauí, mas precisam ser mais ainda. E nossa ideia foi de sedimentar esses nomes, de reafirmá-los no imaginário dos piauienses, e também torná-los conhecidos aí fora. Resolvemos destacar nomes da poesia, da prosa e do teatro”, diz Wellington Soares, que é professor formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí com especialização em Literatura Brasileira pela PUC/MG.

Ele lembra que o projeto também destacou os teatrólogos piauienses. Eles costumam ser esquecidos nessa abordagem. “É claro que qualquer seleção é passível de gerar polêmica, não é consensual, porque depende muito de quem escolhe, mas eu e o Natan destacamos esses autores, que nós consideramos importantes”.

O livro traz informações básicas. Na verdade, é um começo, um primeiro passo para quem quiser se aprofundar tanto nas produções como nas pessoas que fazem parte da literatura local rica em aspectos históricos, geográficos, políticos, arquitetônicos, de costumes, linguagens, valores e até religiosos. “Todos esses são aspectos da literatura e nossos autores não fugiram de tal maneira, que é uma forma das pessoas conhecerem melhor a nossa literatura e o nosso estado”, diz.

No projeto há informações, por exemplo, de Da Costa e Silva, referência na literatura e o autor do hino do Piauí; Graça Vilhena, que se destaca pela poesia e foi homenageada da Balada Literária (2018), e este ano, será no Salipi.

Tem ainda H. Dobal, considerado um dos maiores poetas piauienses; Mauro Faustino, poeta, produtor, crítico literário e que morreu muito jovem; Torquato Neto, Assis Brasil, Alvina Gameiro. “Esta última, precisa ser mais conhecida e este é um dos propósitos do livro, porque se a gente não cuidar, os autores vão sendo esquecidos”.

Tem, ainda, o jornalista Carlos Castelo Branco, o escritor O. G. Rêgo. No teatro, Gomes Campos, Ísis Baião, Benjamin Santos e Francisco Pereira da Silva. Cada qual com sua produção peculiar e instigante dentro da dramaturgia piauiense, alguns ganharam projeção no cenário nacional.

“O Benjamin Santos é uma referência no teatro infantil com seus textos. Dirigiu muitos shows de pessoas famosas. Gomes Campos deixou uma obra muto centrada na religiosidade e na influência do cordel. Chico Pereira, até hoje suas peças são encenadas, mas ainda é desconhecido de muita gente. Então, o livro tem esse propósito. Não é voltado para vestibular, é mais para os piauienses que amam a literatura e possam conhecer melhor o que nós produzimos”, diz o professor, adiantando o desejo de em outras edições incluir mais autores.

O projeto gráfico é da Área de Criação e ilustrações do Irineu Santiago. “Se a gente sedimentar alguns desses nomes junto aos jovens, aos estudantes, eu acho que nós vamos ter um resultado positivo futuramente. O livro foi feito com carinho e admiração por esses autores. O que nos moveu foi um o amor pela literatura piauiense e por esses autores”. (Por Liliane Pedrosa)