Estudos concluídos pela Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, afirmam que a pílula anticoncepcional pode reduzir os riscos de uma série de doenças em mulheres que utilizam a medicação.
Iniciada em 1968, a pesquisa acompanhou 46.000 mulheres por cerca de 40 anos. Os dados obtidos indicam que a pílula, além de diminuir o risco de contrair câncer, também minimiza a possibilidade de morte pela doença.
Os benefícios da droga parecem aumentar com a idade, embora até os 45 anos, o efeito pareça ser o oposto, com um leve aumento na taxa de mortes. Essa tendência é revertida após 10 anos, acabando por compensar os riscos iniciais.
Antes dos 30 anos, por exemplo, os números indicam uma elevação de 20 mortes a cada 100.000 mulheres. Após essa idade, a taxa é de 4. Aos 40, houve uma queda de 14 mortes a cada 100.000 mulheres, com ainda 86 a menos aos 50 e 122 a menos na faixa dos 60 e 70 anos. Entre as septuagenárias, os benefícios chegam a 308 mortes a menos a cada 100.000 mulheres.
"O estudo deveria tranqüilizar as mulheres já que em média há benefícios a longo termo em tomar a pílula anticoncepcional", afirma o Dr. Alison Ross, do Câncer Research UK, segundo reportagem do jornal britânico Daily Telegraph. "As pacientes me perguntam se teriam prejudicado sua saúde quando, na verdade, podem ter se beneficiado com a medicação."
O professor Phillip Hannaford, que conduziu os estudos, acredita que ainda são necessárias mais pesquisas para entender o balanço entre os riscos e os benefícios da pílula, considerando a mudança de variáveis dentro de grupos específicos. "Contudo, é encorajador ver que o uso da pílula diminui substancialmente o risco de morte por câncer de intestino, útero e ovários."