Um painel de assessores da Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) recomendou nessa quinta-feira (4) à agência aprovar a comercialização da flibanserina, uma pílula que aumenta o desejo sexual da mulher.
O grupo de especialistas apoiou a medicação e sugeriu que fosse colocada à venda com as advertências sobre seus efeitos secundários, que neste caso são possíveis desmaios e diminuição da pressão arterial.
A FDA rejeitou em outras duas ocasiões anteriores o composto depois de outros painéis de assessoria concluírem que havia dúvidas sobre sua segurança, e não considerava haver provas suficientes que demonstrassem que o fármaco seja eficaz para as mulheres com pouco apetite sexual.
A Sprout Pharmaceuticals, fabricante da flibanserina, apresentou novos estudos sobre a droga, que finalmente convenceram os especialistas de que o produto está pronto para ser lançado no mercado.
Entre essas provas, a companhia incluiu um estudo que afirma que as mulheres podem dirigir com segurança após usar o remédio, uma das maiores preocupações sobre o composto, já que pode provocar inércia no dia seguinte de ser ingerida.
"A revisão da flibanserina representa um marco fundamental para as milhões de mulheres americanas e os casais que vivem com a angústia de uma situação sem tratamento médico aprovado até hoje", disse Cindy Whitehead, a presidente da Sprout, antes da avaliação dos assessores.
A flibanserina, que a companhia planeja vender sob o nome "Addyi", modifica três substâncias químicas chave para o cérebro, aumentando a dopamina e a norepinefrina e diminuindo a serotonina.
O fármaco foi objeto de debate, já que a Organização Nacional para a Mulher e outras associações feministas acusaram a FDA de estar submetendo esta medicação a maiores escrutínios do que as projetadas para aumentar a libido masculina, como Viagra e Cialis.