O dia ainda estava amanhecendo na base militar brasileira quando um novo tremor deixou as tropas e jornalistas apreensivos. No café da manha, não se falava em outra coisa, com especulações sobre a gravidade do evento.
O país foi atingido por mais um sismo por volta das 6h da manhã desta quarta-feira. De acordo com a Agência de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) o forte tremor atingiu 5,9 pontos de magnitude.
Logo depois do tremor, que teria durado cerca de dez segundos, muitos levantaram da cama e logo saíram dos contêineres que servem como quartos na base militar.
Esse é o segundo maior tremor desde a tragédia do dia 12 de janeiro.
Para a maioria dos bombeiros que vieram do Brasil prestar auxílio nos resgates, essa foi a primeira experiência com um tremor de terra.
"Demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Achei que meu colega de beliche estava apenas se movendo", disse um dos bombeiros.
"No Brasil, fazemos treinamento para enchentes e outros tipos de tragédia. Mas não para terremotos", acrescentou.
Um dos engenheiros que acompanha a missão brasileira no Haiti diz que a grande diferença, no momento do tremor, é entre pessoas que "entendem imediatamente o que está acontecendo" e aquelas que "esperam" o tremor terminar.
"Isso explica porque algumas sobrevivem e outras, que estavam ali do lado, acabam se machucando ou morrendo", acrescentou.
Segundo a avaliação preliminar do comando brasileiro, o grande terremoto da semana passada foi 20 vezes pior do que o registrado na manhã dessa quarta-feira.
A preocupação, agora, é em relação a quanto os novos tremores podem abalar estruturas já comprometidas com o grande terremoto da semana passada.