Com a seca, os moradores do município de Jurema, a 590 quilômetros de Teresina, estão testemunhando um novo tipo de negócio com a retirada de água do subsolo e venda do produto para carros-pipa que fazem o abastecimento de várias famílias nos municípios de Anísio de Abreu, São Raimundo Nonato, Várzea Branca, Bonfim do Piauí, Guaribas, Caracol, São Braz e Campo Alegre de Lurdes, este último da Bahia.
(Osmério é pioneiro na Nova Mira por ter poços que abastecem os carros-pipa de vários municípios. Ele não revelou o preço de cada carregamento)
O negócio é tão rentável que algumas pessoas da região estão comprando terra nas localidades Nova Mira e Canabrava para iniciarem a abertura de poços que vão vender água para os donos de carros-pipa. É importante que haja critério e acompanhamento por parte dos órgãos ambientais competentes, para se evitar problemas ao meio ambiente. Há a informação de que até carros-pipa de Canto do Buriti estão buscando água na Nova Mira para abastecer as famílias do município.
A nova corrida pela água no município de Jurema demonstra que a água, que todos já sabiam, mas não davam muita importância, está se equiparando ao valor do ouro também por ser sinônimo de vida. Não é exagero não. Um carro-pipa cheio não sai por menos de R$ 40. E quando se computa aí uns 50 carregamentos por dia, vai dar um faturamento de mais de R$ 60 mil por mês, isso por baixo. A intensa movimentação de carros na região dá uma noção de que os números podem ser maiores.
É importante deixar claro que o blogueiro não é contra quem está vendendo a água de suas terras, até porque não há outra alternativa para se ter acesso á água e para sobreviver em meio a esta triste realidade de seca. Está apenas relatando os fatos revelados por vários moradores de Anísio de Abreu e demonstrando uma preocupação com a sustentabilidade social e ambiental e com os recursos hídricos.
Outro detalhe: Os preços são explicados pelo fato de haver uma grande escassez de água nos municípios que vão de São Raimundo Nonato, passando por Anísio de Abreu e indo até Guaribas. Agora, quem está investindo nisso, apostando no lucro fácil em cima da miséria dos outros por causa da falta de chuvas e da seca, pode ?quebrar a cara?, já que ninguém sabe o que há no subsolo. Já houve o caso de um geólogo que teria dito na região que o lençol de água corre o risco de secar caso haja um prolongamento da seca.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.