A Faculdade R. Sá-Picos, agregou alunos dos cursos de Serviço Social, Jornalismo e Direito e durante dois meses elaboraram e estão executando o projeto intitulado de "Laboratório Maria da Penha", com o objetivo de multiplicar as ações de combate a violência contra as mulheres no estado do Piauí.
Na manhã desta quinta-feira, cerca de onze alunos foram recebidos na Unidade Escolar Luiz Ubiraci em Vila Nova do Piauí. Uma palestra para trinta pessoas entre mulheres e homens dos serviços de convivência da Assistência Social sobre a "A Lei Maria da Penha" marcou o evento. Houve debates, orientações, depoimentos e uma grande participação do público presente.
Diversos segmentos ligados as redes de proteção participaram do evento, entre elas, Geovania Cardoso, Secretária de Assistência Social de Vila Nova, Cleide Leal, assistente social, e ainda as funcionárias da assistência, Franklimara e Sandra. A vereadora Bibia de Benicio e integrantes do Conselho Tutelar também participaram do evento. De Alegrete participou a Secretária de Saúde Maria das Brotas, que é mãe da acadêmica do curso de direito, Júlia Karoline.
"O projeto tem parceria com o Ministério Público de Teresina, na pessoa do promotor de Justiça, Dr. Francisco de Jesus e visa instrumentalizar alunos dos diversos cursos da Faculdade R. Sá a respeito da Lei Maria da Penha. Bem como incentiva e torna-os multiplicadores de ações de mobilização social, difundindo a lei Maria da Penha, para conscientizar as mulheres das estratégias de prevenção, e o que a lei oferta para elas." Explica Jackeline Moura Leal, professora do curso de Serviço Social da Faculdade R. Sá.
Jackeline destaca ainda a importância de um evento como esse e a recepção que tiveram em Vila Nova. "A cidade de Vila Nova, na pessoa da Núbia nos abraçou, ofereceu estrutura, mobilizou a comunidade, tivemos um grupo ouvindo nossos acadêmicos que explicaram a lei, falaram sobre medidas protetivas, mostraram as redes de apoio que as mulheres devem procurar caso sejam violentadas. É um momento extraordinário com um efeito grandioso. Um público participativo. Nos colocamos a disposição e plantamos essa semente em Vila Nova, onde futuramente Vila Nova possa levar o laboratório "Maria da Penha",para compor a rede de apoio". Conclui Jackeline.
Marianna Oliveira, acadêmica do curso de Direito, e integrante do projeto, destaca a identidade e valor para as mulheres de um momento como esse. " É de extrema importância, ficamos felizes com Vila Nova, por abraçar essa causa. A nossa participação aqui hoje superou nossas expectativas, pois o projeto visa multiplicar os conhecimentos obtidos da lei Maria da Penha, sair de Picos até chegar aqui e receber um público como esse é muito bom. Tivemos êxito pela participação do público. Trabalhar A Lei Maria Da Penha é uma necessidade. Hoje um dos maiores problemas sociais da atualidade e entendemos que multiplicar a lei é uma das melhores formas de combater a violência contra as mulheres." Pontua Marianna.
Em sua fala, a professora Núbia Rocha, que também é acadêmica do curso de direito da Faculdade R. Sá, disse que a Lei Maria da Penha precisa ser bem discutida e ampliada. "Temos uma cultura antiga que homem é superior a mulher e isso é algo estarrecedor. Precisamos mobilizar e erradicar toda e qualquer forma de violência contra as mulheres. Sempre que momentos como estes que acrescentam e agregam valores a nosso povo. O município estará de braços abertos para recebe-los. Mesmo já realizando várias ações, precisamos sempre buscar mais conhecimento acerca de um tema tão polemico e delicado que é a Lei Maria da Penha". Destaca Núbia Rocha.
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei 11.340, intitulada “Lei Maria da Penha”, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. trouxe várias mudanças promovidas pela lei, entre elas está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher, quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. A lei entrou em vigor no dia 22 de setembro, e, já no dia seguinte, o primeiro agressor foi preso, no estado do Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.
O nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia, que foi agredida pelo marido durante seis anos. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la. Na primeira com arma de fogo, deixando-a paraplégica e, na segunda, por eletrocução e afogamento.O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos dos fatos aqui narrados e só ficou apenas dois anos em regime fechado.
Veja fotos do evento:
Por: Radialista Iago Sousa DRT:1236-PI
Fotos: Radialista Jota Ferreira DRT:1294-PI