Mesmo com o endurecimento e rigorosidade das leis, fiscalização e aplicação de penas que vão desde o pagamento de pesadas multas a apreensão de veículo e perda da habilitação, continua alarmante os números de acidentes com motocicletas no país.
Estados nordestinos, a exemplo, o Piauí, batem o recorde de acidentes envolvendo motos, o meio de transporte mais utilizado atualmente naquela região. Mais precisamente no interior, onde antes enfrentavam dificuldades para a locomoção, hoje é suprida por estas máquinas motorizadas que não deixam saudades do antigo jumento, amigo do homem, mas que no momento é escassa a sua raça e muito menos a sua serventia.
Mas neste mundo de grandes avanços e superações, é pouco notável falar de quadrúpedes que embora fizeram parte do alicerce econômico de um povo, em uma época, sem atentarmos para a realidade que ao tempo que engrandece, empodera, também castiga com sua forma mais comum é possível de ser freado, o alarmante aumento de acidentes, um descuido que vem ceifando vidas e esperanças.
Muitos acidentes envolvendo motos trazem ainda um caráter que pode ser administrado como ato irresponsável o que pode se qualificar o envolvido como um indivíduo imaturo ou pouco preocupado com a vida. O pior é que a falta de atenção não leva às vezes ao fim só da vida do provocador de um acidente, mas também outros que não queriam ou deviam está envolvidos.
Conduzir motos após ingerir álcool tem sido um problema abismável e motivo de acidentes que consequentemente, aleijam, e às vezes matam. Para o primeiro caso a vida é mantida, dependendo da gravidade, já para o segundo, é lamentável, é uma perda imensurável.
A maioria dos acidentes com motos nas cidades interioranas ocorrem devido aos excessos tanto na carga transportada por estes veículos, quanto o não uso de equipamentos de segurança, em evidência, o capacete, uma peça essencial e capaz de evitar tantos desastres, mas que tem sido esquecida no dia a dia de muitos condutores.
No interior do Piauí, capacete só tem utilidade quando os motociclistas precisam se deslocar até o centro de seus municípios, e nem sempre este ato é cumprido como determina a legislação de trânsito. As respostas quando questionados pelo desuso do item de segurança são as mais primárias. É como se o capacete fosse apenas um mecanismo legal que impede de punições por parte das autoridades do trânsito. Eles esquecem a proteção e atestam que andam com cuidado, e que são atentos. Mentira. Todos correm risco, e andam em alta velocidade.
Embora campanhas do Detran e Denatran definam especificações, utilizem os meios de comunicação para propagarem mensagens educativas, falta adestrar uma grande parcela de proprietários e usuários de motos. Algumas cidades do Piauí veem adotando maneiras eficazes, como é o caso dos municípios de Landri Sales e Uruçui, ambas do sul do estado, a adotarem o uso do capacete com mais seriedade. O resultado foi à diminuição dos acidentes envolvendo esta categoria. Isso devido o aumento da fiscalização e a promoção educativa. Isso é favorável e desejável para todo o estado.
Abusos
Dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde atestam que no Piauí, nos últimos 10 anos houve aumento de 218% no número de mortes envolvendo motocicletas.
A nível Brasil, Segundo o portal Vias Seguras, revisado em março de 2013, a estatística dos acidentes com motos era algo em torno de 13 mil mortos e 50 mil feridos graves por ano, sendo o maior problema de segurança do trânsito no país.
Os acidentes de trânsito custam caro. Segundo o IPEA, anualmente são gastos cerca de 40 bilhões de reais. Valor que poderia ser repartido para outros fins na saúde se fosse diminuído os acidentes.
Já o número de compras de motos no estado vem aumentando constantemente. Se a base de cálculo partir das motos emplacadas corre se o risco de omitir informações, pois muitas destas são adquiridas por modos diversos, competindo à segurança pública atuar e banir o uso irregular. Um dos problemas é a pouca ou nenhuma fiscalização.
Pão, peixe e azeite, mas nenhum anzol nas terras brasis
Para alguns a melhora na renda da população interiorana do Piauí foi conseguida graças aos programas sociais do governo federal. No estado pagam-se parcelas de motos e não esquecendo, carros também, com recursos oriundos do Bolsa Família. Isso é uma conquista? Bem, do ponto de vista econômico sim, mas se medirmos o grau de eficiência, verifica se uma falta de planejamento ou mediador que traga benefícios maiores como emprego e obras. Muito é consumido por esta parcela assistida e que tange a aumentar drasticamente sem prudência e rumos. Para a cultura desta geração, gastar é um fator resultante de um bem que vem fácil e que navega no mesmo mar.
A crítica ao assistencialismo no país é pertinente quando se demonstra pouca ou nenhuma expectativa de vida que vá além de alimentar o corpo e nutrir o ego com certas mordomias que aqui citada, e em curso a facilidade para comprar uma moto no Nordeste hoje.
Não contrariando esta bondade que lá existe, mas questionando o modo como o seu uso é desenfreado e desleixado quando vidas são tiradas e famílias arruinadas.
Exemplos desagradáveis como o que foi apurado recentemente em São Francisco de Assis, Piauí, pela Controladoria Geral da União, a respeito de irregularidades no programa Bolsa Família, onde a mulher de um vereador estava incluída na lista dos beneficiários, e outra, empresária, responsável pelo cadastramento dos carentes, recebia o benefício tranquilamente.
A infraestrutura viária do estado do Piauí que mesmo tendo evoluído e adequado em certos entroncamentos, falta ainda tratar de pontos críticos, ou seja, onde há maior incidência de acidentes, o que implica moderar o tráfego, modernizando rodovias e estradas rurais por onde mais passam os veículos motorizados de duas rodas. Falta investir em sinalização de vias públicas, bem como manter ou conservar as já existentes e, claro, educar para a vida. Antes de falar de trânsito e os problemas decorrentes do mau uso de veículos e equipamentos, talvez fosse necessário dá aulas de civismo, e cativar os indivíduos a boas práticas, para depois cobrar deles decência e prudência.
Pilote com responsabilidade, valorize a vida
Ao citar moto é preciso saber usar, que se destacar as campanhas promovidas pelos órgãos de trânsito que tanto investem na produção de outdoors, e outras mídias com o intuito de educar o cidadão a respeito dos cuidados ao circular com um veículo pelas vias públicas.
Embora a roda seja um dos feitos mais importantes produzidos pelo homem, cujo surgimento data de cerca de 5.500 anos a.C, permitindo grandes avanços tecnológicos, esta mesma invenção vem tirando milhares de vidas a cada ano em todo o mundo. Então o apelo que se faz principalmente aos condutores de motos é que tomem conhecimento das leis de trânsito, respeitem a sinalização, usem capacetes e outros itens de segurança, eles são seus aliados. Como diz o outdoor: ?Custo de um capacete novo: 200 reais?. ?Custo para sua vida: incalculável?. Pense muito bem antes de sair de casa em sua moto. A estrada te dá asas, mas antes de decidir voar, pense como você quê chegar.