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Seca já matou 40% do rebanho piauiense

Seca já matou 40% do rebanho piauiense - Imagem 1

Diário do Povo - Divulgação seca

Segundo Caú, está muito difícil ser pecuarista no Piauí.

O presidente da Federação da Agricultura no Piauí, Carlos Augusto Carneiro, o "Caú", disse ontem que cerca de 40% do rebanho piauiense pereceu diante da fome e sede por conta da estiagem que castiga o Estado desde o ano passado. Segundo ele, o Piauí tinha um rebanho de cerca de 1 milhão e 500 mil cabeças de gado, e hoje o total não passa de 800 mil cabeças. O preço de uma vaca, antes da seca, era em torno de R$ 1.200,00. "Agora estão vendendo por R$ 500,00 e não tem comprador", diz ele.

Segundo Caú, está muito difícil ser pecuarista no Piauí. "Precisamos de pelo menos cinco anos para recuperar as perdas, se tivermos uma boa política de incentivos do governo", declarou. Apesar das chuvas que cai no sertão hoje, o sertanejo ainda sofre no semiárido em decorrência dos efeitos da seca prolongada. Antes faltava água e alimentos; agora, ainda continua o abastecimento d"água por carro-pipa e o pasto ralo atrai o rebanho. No entanto, o mato verde, que agrada aos olhos, não trás alimento, porque não houve plantio e não tem lavoura.

Caú reclamou que agora o problema são pragas como carrapatos e moscas, que atacam o rebanho. "É preciso vacinar o gado, mas não tem dinheiro e nem o gado resiste. A situação é ruim", lamentou. Ele disse que o rebanho caprino e ovino não morreu tanto porque é mais resistente. Mesmo assim, morreram muitas ovelhas. Para os pecuaristas, a situação começou a mudar quando o governo adotou a política de distribuição de milho subsidiado, através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

O preço da saca de 60 quilos custa cerca de R$ 50,00 no mercado, e as sacas de milho do governo estavam sendo subsidiadas e vendidas a R$ 24,00 para grandes criadores e a R$ 18,00 para pequenos. "Isso ajudou demais. Foi suficiente para quem estava cadastrado. Quem não estava, saiu perdendo. Mas precisamos de mais políticas de proteção. A situação ainda é muito ruim e temos que nos preparar para os próximos anos", adiantou Caú.

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