Em entrevista concedida a SEMCOM de Pedro II, a secretária municipal de Agricultura de Pedro II, Cleidiane Mesquita, relatou as principais ações efetivadas no domínio agrário do município nesse ano de 2017, além de destacar a atuação dos técnicos e serviços prestados pela secretaria as famílias do campo.
“A secretaria de Agricultura do município de Pedro II, tem o objetivo de desenvolver um trabalho voltado exclusivamente para a zona rural. Para o fortalecimento e desenvolvimento das atividades dos agricultores da zona rural. Sendo assim, a gestão teve uma preocupação inicial com a própria contratação dos funcionários, porque hoje a secretaria é formada por técnicos e por agrônomos, facilitando nosso trabalho na zona rural.”
“E para se falar nas atividades desenvolvidas no ano de 2017, foi um ano inicialmente de experiência e de aprendizagem, e a gente tentou desenvolver junto aos agricultores o máximo possível que a gente pôde desenvolver esse ano. Mas a nossa primeira atividade, que a gente já entrou fazendo em janeiro, foi a distribuição de sementes, que são sementes para o plantio dos agricultores na zona rural, que foram 1800 litros de milho e 2000 litros de feijão, essas sementes que foram distribuídas aqui na secretaria a todas as comunidades da zona rural, que a gente viu como uma ação para ajudar as famílias a desenvolver suas culturas, visto que muitos já haviam perdido suas sementes. Porque a gente está passando por um período de estiagem muito grande em que os agricultores perderam suas sementes. E eles vinham em busca dessas sementes para dar continuidade ao seu plantio.”
“Outra atividade que a secretaria desenvolveu também foi a distribuição de mudas de caju anão precoce, 8000 mudas de caju anão precoce, que foram distribuídas entre os assentamentos, mas também entre os agricultores em comunidades. Como o caju anão precoce a produção é mais rápido, a gente sabe que mais uma vez o ‘inverno’ aí, as chuvas estão escassas, se não tiver um produto de uma cultura que se desenvolva mais rápido às vezes ninguém consegue colher, diante do clima.”
“Outras atividades que também desenvolvemos aqui foi uma parceria muito forte que nós tivemos com o DNOCS [Departamento Nacional de Obras Contra a Seca] que foi a distribuição de alevinos. Essa distribuição de alevinos, nós solicitamos 300 mil alevinos. Não foi possível distribuir todos os alevinos, diante da chuva. Que não foi possível encher todos os mananciais, que nós tínhamos feito esse levantamento em cima dos mananciais da cidade de Pedro II, mas não foi possível diante do ‘inverno’ fraco, não foi possível distribuir todos. Mas, em torno de 140 mil alevinos foram distribuídos na cidade de Pedro II. Essa distribuição de alevinos veio a contribuir junto às famílias para a questão do fortalecimento da cultura e da produção nas comunidades, porque além da subsistência das famílias é uma forma de estar gerando renda e se está gerando renda está ajudando a família da zona rural.”
“Ainda ficou esse restante no DNOCS, numa faixa de 150 mil alevinos, que já estamos pensando como vamos trabalhar essa parceria com o DNOCS de novo, estamos aguardando chegar o período de ‘inverno’, das chuvas, que é para a gente fortalecer mais esse vínculo com o DNOCS, para vermos como vamos distribuir esse restante que ainda tem lá. Mas que, certamente, será distribuído ainda esse ano [2018]. Se necessitar mais de 150 mil, faz-se outro ofício solicitando, que eu tenho certeza que é possível.”
“Outras atividades que a secretaria desenvolveu muito forte esse ano e que pretende dar continuidade nesse ano de 2018 foi a nossa 1ª Feira de Negócios Agropecuários, que atendeu tanto a questão agrícola quanto a questão agropecuária, com a exposição de abelhas, de caprinos e ovinos. Lógico que foi proveitosa sim, porque foi a primeira Feira de Negócios Agropecuários de Pedro II, foi uma experiência também para nós enquanto secretaria, uma experiência nova, mas também muitos agricultores saíram muito satisfeitos. Então, pensando no agricultor e na potencialidade que existe em Pedro II de trazer a produção de caprinos e ovinos no município de Pedro II, este ano de 2018 também vamos nos programar, lógico com algumas modificações.”
“Nós que somos da zona rural a gente sabe quais são as necessidades do agricultor. Nós trabalhamos também com a questão da Assistência Técnica na zona rural, os nossos agrônomos foram às casas dos agricultores para dar esse acompanhamento, não só no período de ‘inverno’ porque alguns trabalharam também com a questão da irrigação e algumas atividades foram desenvolvidas mesmo no campo, dando essa assistência.”
“Outra atividade que foi desenvolvida no período chuvoso, bem no início, em janeiro, fevereiro, até março, foi a aradagem de terras, na zona rural aos agricultores, através de um trator que foi doado a prefeitura com essa finalidade. Ainda foi possível aradar 15 hectares, o que corresponde a mais ou menos uns 15 agricultores, porque vai 01 hectare/agricultor e esse é um processo que também é muito solicitado pelos agricultores. Esse sistema de aradar as terras, ele geralmente é voltado para as famílias que já trabalham na área há muito tempo em solo compactado e que exige muita mão-de-obra se for, como a gente fala, ‘afofar’ essa terra. Então, o trator está aí para fazer esse remeximento da terra em grande quantidade em poucas horas. E isso também é muito procurado pelos agricultores. Nós tínhamos uma demanda de umas 30 hectares. E sendo que ele já iniciou em 2018, no finalzinho de 2017, para começo de 2018, e já tem uma área de quase mais de 10 hectares já feita.”
“Essas atividades que foram realizadas no ano passado com certeza contribuíram para mudar as realidades dos agricultores de alguma forma, porque antes eles não tinham essa forma, não tinham nenhuma ajuda e o município está disponibilizando essa ajuda aos agricultores. Para a gente começar a pensar, voltando à questão dos alevinos, um milheiro de alevinos é R$ 100 (cem reais) e ele ia para o agricultor por R$ 20 (vinte reais), só pela taxa de oxigênio. Teve agricultor que solicitou 10 milheiros, ou seja, R$ 1000 (mil reais) e eles pagavam R$ 20 por cada, então, R$ 200 (duzentos reais)! Olha a diferença! Então, mexeu muito aí na vida econômica dos agricultores.”
“E o município está assim, disposto a estar trabalhando, a secretaria de Agricultura, juntamente com toda a gestão, que tem essa preocupação de estar trabalhando, incentivando e acompanhando de alguma forma os agricultores na zona rural, contribuindo para a questão da melhoria de vida, porque esse é o nosso trabalho: desenvolver e acompanhar aí os agricultores.”
“E outra coisa que fazemos no decorrer do ano, porque não trabalhamos só no período chuvoso, até então são atividades que são realizadas no período chuvoso, mas a secretaria também é um suporte muito grande para os agricultores em períodos de aposentadoria pois aqui na secretaria fica uma ficha de semente que muitos agricultores, já ouvi relatos aqui, que eles não tinham preocupação de assinar essa ficha de semente. E aí quando eles vêm e às vezes não encontram essa ficha, eles ficam dizendo que pegaram, mas não assinaram. Então infelizmente não temos como ajudar. E essa ficha estando aqui ajuda para todos os benefícios junto ao INSS. Aqui também se encontram umas fichas do DNOCS, é uma prova que tem muita credibilidade junto ao INSS, que são essas fichas. Então, durante todo o ano, seja inverno ou verão, nós estamos aqui atendendo ao nosso público dos agricultores nessa demanda.”
“Houve também durante o final do ano, um dos programas que é de inteira responsabilidade do município, que é o Programa Seguro Garantia Safra. A gente fez inúmeras inscrições; eu não sei dados de quantas inscrições foram feitas aqui na secretaria, porque também o sindicato e o EMATER faziam esse papel que era de fazer as inscrições. Eu sei que ao todo foram 3.334 inscritos no programa e foram feitos para essa safra 2017-2018 e que também era para ter sido entregue em dezembro os boletos referente a essa demanda e não foi possível e a gente está aguardando agora no mês de janeiro que seja liberada essa senha para que a gente possa estar chamando o público para receber esses boletos.” Finalizou Cleidiane Mesquita.
TEXTO: João Paulo Mourão