Moção de Louvor pelo aniversário de 80 anos da Diocese de Oeiras é aprovada pela Câmara Municipal |
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A Câmara Municipal de Vereadores aprovou nesta semana Moção de Louvor em celebração ao aniversário de 80 anos de instalação da Diocese de Oeiras. O requerimento é de autoria do vereador, Espedito Martins, e foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares.
“Destacamos que a Diocese foi criada pela Bula "Ad Domicis Gregis Bonum" (Para o bem do rebanho do Senhor), do Pontífice Pio XII, em 1944, e foi oficialmente instalada em 7 de outubro de 1945, consolidando definitivamente a fé dos oeirenses. É um reconhecimento à sua relevante missão evangelizadora e ao seu papel fundamental na formação espiritual e social de nossa comunidade”, destaca o vereador no requerimento aprovado.
Diocese de Oeiras
Há mais de trezentos anos, aportava à sertaneja Freguesia do Brejo da Mocha o Prelado registrou o Pe. Cláudio de Melo, "não faltou o apreço daqueles vizinhos que, informados, logo vieram beijar o anel e reafirmar os compromissos assumidos por ocasião da criação da Freguesia". Assim, a intervenção episcopal de D. Francisco de Lima consolidou um acordo de paz entre Igreja e curraleiros piauienses.
A partir de então, anos de devoção e oração moldaram a fé de um povo. Em procissões e novenas, firmava-se o título de Oeiras como a verdadeira "Capital da Fé". Era a fé de um povo sertanejo e acolhedor, cuja referência espiritual se consolidava, inicialmente, sob o bácuio da Cúria de Pernambuco e, por muitos anos, sob a jurisdição da Diocese do Maranhão. Deste modo, a Palavra de Deus encontrava caminhos até os rincões mais distantes do Piauí, espalhando esperança, consolo e união entre as comunidades.
Nos períodos colonial e imperial, poucas foram às visitas episcopais às terras piauienses, em razão de sua geografia desafiadora. Quando ocorriam, revestiam-se de solenidade e zelo. Somente no século XX, após duzentos anos da instituição da fé cristã em solo piauiense, a Cúria do Piauí foi estabelecida. Era o primeiro passo para a criação do bispado de Oeiras, desejo acalentado desde 1822 e concretizado em 1944, por meio da Bula Ad Domicis Gregis Bonum, do Pontífice Pio XII, cujo título significa "Para o bem do
rebanho do Senhor". Tal ato histórico solidificou, de forma perene, a fé dos oeirenses. Com toda decência e solenidade, a Diocese foi oficialmente instalada em 7 de outubro de 1945.
O seu primeiro bispo foi o cearense de Sobral, Dom Francisco Expedito Lopes (1949-1954), homem simples e de muita fé. Logo em seguida, a Diocese de Oeiras foi conduzida por outro cearense, desta vez natural de Aracoiaba, Dom Raimundo de Castro e Silva, que permaneceu entre os anos de 1955 a 1957. Após um período de vacância, assumiu, em 1959, Dom Edilberto Dinkelborg, franciscano alemão que há muito tempo residia no Brasil. Foi o bispado mais longevo da Diocese. Basta ressaltar que, em 1977, ele fixou residência em Floriano, reconfigurando a Diocese como Oeiras-Floriano.
Dom Edilberto faleceu em 1991, sendo sucedido, em 1993, por Dom Fernando Panico, de origem italiana. Este esteve à frente da Diocese até 2001, quando foi transferido para a Diocese do Crato, no Ceará. Logo em seguida, ainda em 2001, assumiu o piauiense Dom Augusto da Rocha, natural de Bertolínia — homem de ilibada reputação e entusiasta da revitalização da Cátedra de Oeiras.
Em 2008, após três décadas, a sede episcopal retornou solenemente à Catedral de Nossa Senhora da Vitória, sob o aplauso fervoroso dos diocesanos. Sucedeu-lhe Dom Juarez Marques Sousa da Silva, piauiense, natural de Barras, que conduziu a Diocese
por quase oito anos, até ser transferido para Parnaíba, em 2016. Em seguida, após um período de vacância, o Papa Francisco nomeou como sétimo bispo o potiguar Dom Edilson Soares Nobre, natural de Touros, em 2017. Ele assumiu o pastoreio sob o lema
In Omnes Caritas ("Em tudo, a Caridade"), guiando a Igreja local com espírito missionário e sinodal.
Assim, diante de uma história marcada por lutas e conquistas, por provações e perseverança, a Diocese de Oeiras celebra jubilosamente seus oitenta anos de fundação.
São oito décadas de fé inquebrantável, de resiliência e de fidelidade ao Evangelho, que se entrelaçam com a própria identidade do povo piauiense. Nesta data magna, esta Augusta Casa rende solenes homenagens à Diocese de Oeiras, reverencia a memória de seus pastores, exalta a devoção de seus fiéis e proclama este vasto território diocesano como guardião da fé e farol espiritual, destinado a iluminar as gerações presentes e vindouras.