Criança de 8 anos após aprender a ler o gosto foi lanto pela leitura que montou uma minibiblioteca em casa |
Edinardo Pinto
Uma história emocionante e até comovente da pequena Ana Caroline de apenas 8 anos de idade, filha de Josefa Maria e Avelino Filho. A família mora na comunidade Lagoa do Mato, 17 Km de Milton Brandão.
Aninha como gosta de ser chamada, faz o 2º Ano no colégio da comunidade, com mais quatorze crianças em uma sala multisseriado.
Conforme relato da professora Francisca Eulália, conhecida como Nete, quando chegou para lecionar na comunidade viu que o desafio era grande, a começar pela distância de 13 km a ser percorrido diariamente de São Gonçalo até a Lagoa do Mato, em uma estrada vicinal.
Eulália enfatizou a nossa reportagem que “é professora por amor e vocação e sempre colocou o seu salário em segundo plano”. “Ao iniciar o período das atividades escolares há três anos na comunidade, percebeu que a Ana Caroline, era muito tímida, ao ponto de interferir no seu aprendizado da leitura, onde às vezes ao iniciar o processo de leitura com os alunos Aninha começava a chorar”. “Eu perguntava se ela estava sentindo alguma coisa, dor ou mal está e ela me falava que era porque não sabia ler”. “Eu passava a conversar com a Aninha e pedia que tivesse calma que ela iria aprender”. “Foi aí que eu passei a me dedicar mais com o objetivo superar essa dificuldade que ela tinha de aprender a ler”. “Em um determinado dia, foi no instalar de dedos, que ela aprendeu a ler e depois daí nunca mais deixou de ler, tudo que ela ver seja revista, livro, jornal quer ler”. Esse sonho realizado de aprender a ler, ela colocou na sua cabeça que tinha que montar uma biblioteca, o que se tornou realidade após alguns dias, onde conseguiu uma mesinha, alguns livros e revistas de doações, no seu próprio quarto onde divide com outro irmão dela montou sua minibiblioteca onde ela mesma deu o nome de “Biblioteca da Aninha”.
Hoje a Aninha é destaque na sala de aula pela sua comunicabilidade, extroversão, comportamento, notas boas e pela maneira que ela ter os textos bem interpretados que eu como professora fico observando a forma bonita de como ela ler.
“O mais interessante é que ela tem contribuído com os outros coleguinhas dela a se dedicarem mais nas aulas, até mesmo nas leituras, o que isso para mim não tem preço”. “Hoje sou uma professora feliz porque os tenho como se fossem mesmos filhos”. “Quando chega aos finais de semana, eu já sinto a falta deles”.
“Eu aproveito para agradecer todo apoio que nós temos recebido aqui da Prefeitura de Milton Brandão, na pessoa da Prefeita Mara Resende, do Evangelista Resende, pessoas que merecem o nosso carinho, respeito e admiração pelo apoio que sempre tivemos na educação e isso é muito importante”. “Como também agradecer a toda Secretaria de Educação na pessoa da dona Conceição e as Coordenadoras Toniza Gonçalves e Vilaní Rodrigues, que sempre estão nos visitando procurando ajudar, apoiar, incentivar e isso faz a diferença”.
“De forma especial, agradecer a sua vinda até aqui, Edinardo Pinto, para conhecer essa história belíssima da Aninha”. “São pessoas como você que faz o Brasil crescer pela divulgação da história da Aninha e de muitas outras”.
Após a nossa visita no colégio, onde ela Aninha estuda, em companhia da professora Francisca Eulália e a Coordenadora Toniza Gonçalves fomos fazer uma visita e conhecer a sua minibiblioteca em sua casa, precisamente em seu quarto, por sinal, bem organizada.
Texto e imagem: blogdoedinardo.com.br
