O senador piauiense Wellington Dias (PT) concedeu entrevista no Jornal do Piauí desta sexta-feira (03) para explicar como fica seu partido após as primeiras decisões políticas do ano. O governador Wilson Martins (PSB) fez, no primeiro dia útil de 2014, a tão esperada reforma administrativa. O primeiro escalão do Karnak, agora, segue sem o PT. Mas para o senador, e provável candidato ao governo, a sigla não se retirou, foi expulsa.
?Não pedimos para sair. Fomos botados para fora do governo. E isso aconteceu de uma forma que não me agradou. Logo no natal, um momento de reflexão, e em que eu estava fora do país. Fui viajar tentando convencer meu partido a não se precipitar, voltei já com essa situação. Não se trata amigos e parceiros desse jeito, pedindo que decidam com faca na garganta?, disse Wellington Dias.
Na última quinta-feira o governador do Estado substituiu secretários e gestores do PT, que estavam no governo por aliados. As indicações ocorreram com nomes da cota pessoal de Wilson Martins.
Veja quem saiu e quem assumiu:
Fundac - situação indefinida
Fapepi - Bárbara Melo sai para a Uespi. Substituto indefinido.
Piauí Fomento - Sai Antonio Neto (PT), entra Antônio Filho (ex-Agespisa)
Sasc - Sai Francisco Guedes (PT), entra Meire Santos (SDR)
Turismo - Sai Nerinho (PTB), entra Marco Bona (Junta Comercial)
Cidades - Sai Merlong Solano (PT), entra João Alberto Monteiro (ex-Prefeitura de Teresina)
Justiça - situação indefinida
?Já vinha prevendo todo esse movimento desde junho do ano passado. Quando senti que iam dar um cano de carroceria ao PT, sai em de aliados. Nesse contexto busquei o senador João Vicente Claudino [PTB] e ele me disse que tinha condições de acompanhar o partido. Ele também colocou o próprio nome a disposição do partido. Agora, dizem que estou me aliando a um adversário. Que adversário? O João Vicente está comigo desde 2002?, diz o parlamentar.
PT na oposição?
Wellington Dias garantiu que não será oposição, neste momento, ao governador Wilson Martins. Oposição apenas ao ex-senador Heráclito Fortes que ele qualificou como adversário histórico. Para ele, a parceira administrativa com o PSB segue, já a política está prejudicada mesmo datando de 2002. Wilson Martins foi eleito após ser vice-governador do atual senador nas eleições de 2010.
?Não somos oposição nem ao Firmino Filho que é do PSDB. Apoio vários prefeitos de outros partidos e do que ele [Wilson Martins] precisar de mim é só pedir. Farei de tudo para intermediar os caminhos em Brasília. Não faço política por cargos. Mas não posso dizer que o episódio foi ruim. Sou uma pessoa de entendimento
Eleições de 2010
?Disseram que eu trair o João Vicente [Wellington Dias apoiou a reeleição de Wilson Martins e não a candidatura do senador ao Karnak], mas ele era um nome cotado. O que houve na época é que ouvimos os aliados. Agora, naquela situação que estava assumi compromisso com o senador de estarmos juntos em 2014. Mas acho natural o Wilson Martins ser próximo do vice dele. Ele [Zé Filho] é vice com meu apoio e sou senador com o apoio dele. É um direito legítimo dele ser candidato?, explica Wellington Dias.
Eleição de Wilson Martins
O senador avaliou, por fim, os resultados da parceria PT e PSB. O parlamentar revelou, ainda, que assim que retornou ao Brasil, após viagem ao exterior com a família no período do natal, procurou o governador. Ligou e deixou mensagem e não recebeu retorno.
?Eu tentei e não consegui falar. Agora, compreendo que essa foi uma importante parceria. Temos uma história importante nesse Estado. Eu tinha 77% de aprovação quando sai do governo. Estávamos fortes. Vai dizer que isso não ajudou a eleição dele? O projeto que ele continua é nosso?, defende o senador.
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