Convocamos todos os membros de nossa executiva nacional, titulares e suplentes, a estarem em São Paulo no próximo dia 11 de março, das 10h às 17h, onde realizaremos uma grande reunião e traçaremos os rumos de nossa atuação para 2014. O local será no Hotel Dan Inn Planalto, à Av. Casper Líbero, 115, Centro. Estamos comunicando com bastante antecedência para que todos possam organizar as suas agendas, resolver eventuais problemas de passagem, pendências nas entidades etc. Enfim, tomar as devidas providências que se fizerem necessárias para que todos possam comparecer à reunião e realizarmos um grande debate.
A situação, meus companheiros e minhas companheiras, é bastante complexa e o retrocesso, a partir de 2011, salta aos olhos. E está assim não porque que seja uma obra do destino, mas, infelizmente, resultante de uma política deliberada de favorecimento aos bancos e monopólios, sobretudo estrangeiros. Assim, de recuo em recuo, de uma proposta de ?aprofundar as transformações iniciadas por Lula? chegou-se à adoção da agenda neoliberal, que já infelicitou a Nação em passado recente: juros cavalares; câmbio que serve de subsídio às importações; cortes no Orçamento da União e dos investimentos públicos; utilização dos recursos do BNDES para viabilizar as privatizações, apelidadas eufemisticamente de ?concessões?; desnacionalização da economia; arrocho dos servidores públicos federais e dos aposentados; campanha contra aumento real de salários no setor privado; arrocho a estados e municípios.
Não é à toa a dificuldade e a resistência do governo federal em dialogar e atender as reivindicações da classe trabalhadora. A ?Agenda da Classe Trabalhadora para um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Soberania, Democracia e Valorização do Trabalho? foi entregue em 2010 à então candidata Dilma Rousseff e entregue novamente após a 7ª Marcha da Classe Trabalhadora e dos Movimentos Sociais em 2013. Nenhuma reivindicação foi atendida. Já as montadoras, empresas de telecomunicações e outros grandes conglomerados foram beneficiados com montanhas de recursos do BNDES e com desonerações, prejudicando, inclusive, a Previdência Social.
O dinheiro que falta para melhorar os serviços oferecidos à população em saúde, educação e transporte sobra para os bancos. Segundo o Banco Central, em 2013 foram torrados com juros nada menos que R$ 248,856 bilhões (equivalentes a 5,18% do PIB). E ainda tem gente que acha que os gastos de cerca de R$ 28 bilhões, em sete anos, para a realização da Copa do Mundo são os responsáveis pela péssima qualidade dos serviços públicos no Brasil.
Do ponto de vista do crescimento e da distribuição de renda, tamanha benesse concedida ao sistema financeiro não tem razão de ser. Nem o recorrente pretexto da inflação pode ser usado. A inflação medida pelo IPCA fechou 2013 em 5,91%, um mísero aumento de 0,07 ponto percentual acima da inflação do ano anterior, de 5,84%. Ambos os índices situados dentro da banda estabelecida pelo próprio governo, entre 2,5% e 6,5%. Foi com base nesse microscópico aumento da inflação que os juros básicos foram aumentados de 10% para 10,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O resultado desse recuo é que o PIB despencou de 7,5% em 2010, último ano do governo Lula, para 2,7% em 2011. Depois para vegetativo 1% em 2012; e para 2013 as projeções mais otimistas são da ordem de 2%. Daí que, com a economia rastejante, falar em melhoria da educação, saúde, transportes etc. é palavra jogada ao vento.
Portanto, mudar essa situação está na ordem do dia e os trabalhadores e o povo brasileiro, mais do que nunca, precisam da CGTB, forte e vibrante, organizando a luta. Vai ser fácil? Claro que não, como não foi em nenhuma das vitórias obtidas ao longo desses 28 anos de existência da CGTB. Mas, uma coisa é certa: sem luta, sem mobilização, não vamos a lugar algum.
As Centrais Sindicais já marcaram uma grande mobilização nacional para o dia 9 de abril, em São Paulo, precedida por mobilizações nos estados, pela aprovação da pauta dos trabalhadores, que inclui, entre outros temas, o fim do fator previdenciário; jornada de 40 horas; correção da tabela do Imposto de Renda; contra o PL 4330, da terceirização; justa correção do FGTS; regulamentação da Convenção 151 da OIT, sobre o direito à negociação dos servidores públicos; reforma agrária; e redução dos juros e do superávit primário.
Já é um começo e, podemos ter certeza, o nosso papel será fundamental para levar adiante essas lutas.