Quando o blogueiro esteve em São Paulo no fim de agosto, visitando sua mãe que se recupera de tratamento, tirou um momento para ir ao Instituto Butantan para conhecer a primeira vacina contra a dengue, produzida pela instituição, que é mundialmente conhecida pela invenção do soro antiofídico e de várias vacinas.
Alguns laboratórios privados estão tentando, mas somente o Butantan, que é uma instituição com ações públicas, vai testar a vacina contra a dengue em humanos. Como não temos muito espaço na edição impressa, o blog terá a publicação de mais fotos sobre o assunto.
Recomendamos que quem for a São Paulo deve conhecer o Instituto, que é o paraíso de invenções que estão ajudando a salvar muitas vidas no Brasil e em vários países. Além de museus, entre eles, o museu de exposição de cobras, as pessoas podem conhecer um programa muito interessante que vamos mostrar no próximo domingo no Jornal Meio Norte.
VEJA A MATÉRIA PUBLICADA NESTE DOMINGO NO JORNAL MEIO NORTE
Djalma Batista
De São Paulo
Em entrevista exclusiva ao Jornal Meio Norte, o Dr. Alexander Precioso, que é diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, em São Paulo, falou sobre o teste, pela primeira vez no Brasil, de uma vacina contra a dengue produzida pela instituição que ajuda a salvar muitas vidas através de outros inventos da área. Segundo ele, a previsão é de que a vacina esteja disponível para o Ministério da Saúde a partir de 2018.
(As duas primeiras fotos são de Camila Carvalho, do Instituto Butantan, que nos foram cedidas gentilmente pela assessoria de imprensa)
De acordo com o Dr. Alexander Precioso, essa é uma vacina quadrivalente, ou seja, para proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue ao mesmo tempo. Ele alertou que a vacina deve ser vista como mais uma medida de combate à dengue, portanto, as outras medidas de prevenção já conhecidas deverão continuar sendo usadas pela população e órgãos públicos.
A vacina contra a dengue já está pronta e foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para ser testada em seres humanos. Inicialmente, será testada nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Neste momento, trata-se de um estudo clínico de Fase II.
?Após a finalização desta fase e se os resultados forem satisfatórios, devemos iniciar a Fase III de estudo a partir de 2015; A fase III deverá ser realizada com um número maior de voluntários de diversas faixas etárias e em diferentes cidades do país. Com os resultados desta fase III poderemos solicitar o registro da vacina na ANVISA que deve ocorrer a partir de 2018?, explicou Alexander?, explica Alexander.
Segundo ele, a dengue é um problema grave de saúde pública em vários países do mundo, principalmente os localizados nas regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil. Desta forma, acrescenta, é muito importante o desenvolvimento de uma vacina que consiga proteger as pessoas contra a doença. ?Diferentes pesquisadores e empresas estão tentando desenvolver e testar uma vacina contra a dengue. A do Instituto Butantan será testada pela primeira vez no Brasil?, afirmou Alexander.
VACINA VAI PROTEGER CONTRA OS 4 VÍRUS SEM CAUSAR A DOENÇA
A produção da vacina contra a dengue no Instituto Butantan é o resultado de uma parceria entre o Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados (NIH), parceria que se iniciou em 2006. Como a missão do Instituto Butantan é produzir imunobiológicos de importância para a saúde pública, optou-se por produzir a vacina no instituto.
Trata-se de uma vacina formada pelos quatro vírus da dengue modificados (atenuados) capazes de estimular a produção de anticorpos protetores contra os quatro vírus sem causar a doença.
Nesta fase do estudo, segundo Alexander Precioso, que é diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, participarão dos testes da vacina contra a dengue como voluntários adultos saudáveis de ambos os sexos entre 18 e 59 anos de idade. Esses voluntários, de acordo com ele, antes de participarem do estudo, passarão por avaliação médica e laboratorial.
?Neste momento o estudo será realizado na cidade de São Paulo e Ribeirão Preto e serão recrutados 300 voluntários, sendo que os 50 primeiros não devem ter tido dengue e os 250 restantes serão divididos em dois grupos: o grupo dos que já tiveram dengue e o grupo dos que nunca tiveram dengue?, falou Alexander Precioso.
Participam do estudo médicos, enfermeiros, biólogos, epidemiologistas e técnicos da produção. O investimento vem do BNDES e da Fundação Butantan para esta fase de estudo.
?Ainda não podemos falar em gastos totais, pois estamos iniciando o estudo. Apenas com os resultados finais teremos o valor exato dos gastos?, explicou Alexander. O repórter agredece o empenho da arquiteta piauiense Rita Lândia, que reside em São Paulo, do Dr. Alexsandro Issamu Kondo e das assessoras de imprensa do instituto, Nádia Santos e Marília Gonçalves, para que esta matéria fosse feita.(D.B.)