Três dias depois de anunciar a aliança, Joaquim Leal explicou os reais motivos que levaram ele, junto com seu grupo, a tomar essa decisão. Segundo ele, a falta de compromisso, de confiança e respeito com o grupo dele, e também a falta de preparo político por parte do pré-candidato da oposição para disputar a prefeitura de Alegrete, foram elementos suficientes para abandonar o grupo.
Ao comentar sobre o perfil do pré-candidato a prefeito pela oposição, Joaquim analisou: “Ele só sabe fazer política para vereador, não se preparou para ser prefeito de uma cidade. A sua falta de compromisso e rejeição com o povo são traços fortes que não levam ao sucesso na política. Ele nunca soube o que é fazer uma eleição usando seus próprios recursos. Foi eleito por três eleições por causa do Edilton. Em 2010, quando eu era prefeito, o trouxe para compor a equipe administrativa e dei a ele a oportunidade de crescer mais ainda politicamente, na esperança de ser reconhecido por ele. Nas eleições de 2012, para ele desistir da vaga de vice, fizemos vários acordos. Perdemos as eleições e mesmo assim deixei ele na supervisão da Rede Estadual de Ensino, supervisão essa que havia lhe entregado desde de 2011, na certeza que votaríamos todos juntos nas eleições estaduais em 2014. O tempo foi passando e ele tratou de sempre denegrir minha imagem e deixar meu nome fora do colégio do estado, nem ao menos uma coordenação dos inúmeros empregos que tinha consegui para meu grupo. E mesmo assim eu mantinha uma relação com ele, porque eu sempre quis uma parceria que nunca ele teve comigo. Chegou as eleições de 2014, e para quem lembra, no povoado Pocinhos, um evento organizado pelo próprio Manoel de Zé Pedro, ele anunciou que apoiaria para deputado estadual o Dr. Rubens Martins. Dias após, o anuncio soube que ele estava apoiando para deputado estadual o Dr. Pablo Santos, e nem sequer entregou a supervisão do Estado, que na época, era critério político meu. E mesmo assim eu mantinha uma relação com ele” relatou.
Joaquim prosseguiu falando sobre os projetos para as eleições deste ano. “Em agosto de 2015, ele me fez o convite para compor a chapa majoritária numa possível candidatura. Indicamos o nome de Marlene Leal, minha esposa, como pré-candidata a vice-prefeita na sua chapa. No entanto, as decepções aconteciam todos os dias. Para provar a confiança ele mandou fazer uma pesquisa e colocou o nome de mais dois possíveis vice, em uma chapa que já tínhamos acertado. Tentei de todas as maneiras ajudar, mas nunca meus ideais e ideias foram aceitas. Era visível a desconfiança do grupo com agente. E as coisas estavam tomando proporções maiores. Afirmo sem medo de errar: ele não está preparado para enfrentar as eleições. E não aguentando mais tanta covardia, resolvi aderir ao grupo do prefeito”.
Joaquim comentou, ainda, que sempre votou no grupo do ex-prefeito Edilton Alencar e afirma que nunca teve problema pessoal com o grupo. “Essa foi uma decisão que requer pulso, mas decidi naturalmente, pois votei no Edilton em todas as eleições dele. Em 2008, ele indicou meu vice numa eleição única. Em 2012, diante das adversidades, disputamos e perdemos para o grupo do mesmo. Mas agora, estamos de volta para ajudar a administrar o município, pois nossa luta e nossa bandeira foi sempre acordar todos os dias e trabalhar. Meu problema com Edilton nunca foi pessoal, mas político. O respeito e a amizade sempre existiram, e, em nome de toda essa confiança, resolvemos sim fazer parte da gestão e ajudar a governar o município. Trouxemos uma equipe, um grupo que consolidará a vitória do prefeito Marcio Alencar”, finalizou.
Joaquim Leal destacou que realizou uma parceria de administrativa com o prefeito Márcio Alencar, para votar e trabalhar pela continuidade de seu governo, sem nenhum favor em troca, mas, recebeu do mesmo a certeza de que os amigos e companheiros de luta terão privilégios e respeito no governo do prefeito Márcio Alencar.
A ex-primeira dama, Marlene Leal, demonstrou estar tranquila com a adesão. “Fomos nós que fizemos oposição esses quatro anos em Alegrete, uma oposição respaldada pela boa gestão que fizemos, mas, infelizmente em nenhum momento Manoel valorizou o nosso grupo para ter êxito. Foi uma decisão pensada. Nós não aguentávamos mais tanta covardia, tantos desencontros. Aprendi ao longo da vida que as coisas precisam ser organizadas, controladas. Tínhamos vontade de lançar uma chapa com meu nome, mas não estamos nesse momento preparados para enfrentar uma chapa majoritária. E fomos recebidos de braços abertos pelo grupo do prefeito, grupo qual vamos trabalhar e lutar em prol do desenvolvimento do município”, pontuou.
O ex-prefeito Edilton Alencar também comentou a aliança. “Todo nós estamos felizes com essa aliança. O grupo de Márcio ganhou um importante reforço administrativo e político, e nós sabemos que o caminho é esse. Política se faz com grupo, crescendo, somando e multiplicando, e nunca diminuindo, e é isso que nós estamos fazendo. Eu tenho certeza que o Joaquim, o Iago, o Biano, o Bel Ramos e tantos outros vieram para somar e essa junção dos grupos, cada pessoa que estiver nos ouvindo vai marchar junto conosco”, disse Edilton, que é pai do prefeito Márcio Alencar.
A cerca de cinco meses das eleições municipais, que acontecem no dia 02 de outubro deste ano, o cenário político do município de Alegrete do Piauí teve uma reviravolta na última semana. Após permanecerem em lados opostos no pleito de 2012, os grupos políticos do prefeito Márcio Alencar e do ex-prefeito Joaquim Leal, anunciaram uma aliança no último sábado (30).
A notícia teve grande repercussão nos bastidores da política local. A união do ex-prefeito com o grupo que atualmente governa o município afetou diretamente os projetos do grupo oposicionista, tendo em vista a influência política de Joaquim Leal.
Além do ex-prefeito, outras importantes lideranças políticas do município também uniram suas forças ao grupo do prefeito Márcio Alencar, o vereador José Emiliano da Silva, o Biano (PSB), o conselheiro tutelar, presidente do Partido Verde e pré-candidato a vereador, Iago Sousa, e do também pré-candidato a vereador, Bel Ramos.
Fonte: Cidades na Net